A Pfizer anunciou nessa segunda-feira que a vacina experimental contra a Covid-19 se mostrou 90% eficaz na prevenção da doença com base em dados iniciais de um estudo amplo. A pandemia que já matou mais de 1 milhão de pessoas no planeta, impactou o cotidiano das pessoas e virou a economia de pernas para ar.
As farmacêuticas Pfizer e BioNTech são as primeiras a divulgarem dados bem-secedidos de um ensaio clínico em larga escala com uma potencial vacina contra o coronavírus. Segundo as empresas não forma encontrados nenhuma preocupação quanto à segurança com a vacina, e as mesmas esperam pedir autorização para o uso emergencial do imunizante ao FDA – (O Equivalente a Anvisa para nós aqui do Brasil) ainda esse mês.
“Hoje é um grande dia para a ciência e para a humanidade”, disse Albert Bourla, presidente-executivo e chairman da Pfizer, em comunicado. “Estamos atingindo este marco crucial em nosso programa de desenvolvimento de vacina em um momento em que o mundo mais precisa, com as taxas de infecção atingindo novos recordes, hospitais ficando superlotados e economias sofrendo para reabrir.”
Segundo Ugur Sahin, presidente-executivo da BioNTech, os efeitos poderá durar por pelo menos um ano, porém a duração ainda não é certa.
Para confirmar sua taxa de eficácia, a Pfizer disse que continuará o estudo até que haja 164 casos de Covid-19 entre os participantes. Dado o recente aumento nas taxas de infecção dos EUA, esse número pode ser alcançado no início de dezembro, disse Gruber.
“Os dados de eficácia são realmente impressionantes. Isso é melhor do que muitos de nós antecipávamos”, disse William Schaffner, especialista em doenças infecciosas da Escola de Medicina da Vanderbilt University, em Nashville, nos EUA. “O estudo não foi concluído ainda, no entanto o dado parece bem sólido.”
Ao receber a autorização a Pfizer espera vacinar, de forma emergencial pessoas entre 16 a 85 anos nos Estados Unidos. Só que para isso, precisa ainda da análise dos dados de segurança de cerca de metade dos 44 mil participantes de seu estudo, fato que deve acontecer até o final deste mês.
“Estou quase em estado de êxtase”, disse Bill Gruber, um dos principais cientistas de vacinas da Pfizer, em uma entrevista. “Este é um grande dia para a saúde pública e para o potencial de nos tirar a todos das circunstâncias em que estamos agora.”
As empresas já começaram a fabricação das doses da vacina, mesmo sem saber ela era eficiente. Para esse momento elas podem produzir até 50 milhões de doses, que o suficiente para imunizar 25 milhões de pessoas. Elas têm contrato já firmado com os Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido, Canadá e Japão.
A Pfizer disse que fizeram uma análise provisória depois que 94 dos mais de 44 mil participantes do teste desenvolveram Covid-19, examinando como muitos deles receberam a vacina na comparação ao placebo. A FDA estipulou uma taxa acima de 50% de eficiência como aceitável para autorizar a vacinação. A Pfizer disse que espera produzir até 1,3 bilhão de doses da vacina em 2021.
Os dados ainda têm que ser revisados pela comunidade científica ou publicados em um periódico científico. A Pfizer disse que o fará assim que tiver os resultados do teste inteiro.